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20 de abril de 2004

A vida é bela...

Vocês que lêem o blog devem ter notado a fase não tão otimista que estou passando. Acho que é normal. Sempre fui assim. O nome que eu queria ter dado ao blog era: A vida é bela, agente que fode com ela. Mas resolvi excluir a segunda parte pra soar melhor... hehehe. Porém não deixa de ser verdade. O texto abaixo que eu recebi por e-mail de uma amiga. É mais um texto sobre relacionamento que tá em sintonia com o que grande parte de nós (principalmente os homens) já passamos na vida. Enjoy it!


Desabafo de um ex-namorado de uma ex-menina boazinha

Quem transforma as mulheres em galinhas... são os próprios homens. Tudo bem. Queremos meninas legais, sexys, taradas, bonitas, inteligentes e boazinhas...

Muito fácil falar, pois quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é: Oba, me dei bem. Ficamos com elas uma vez, duas. Começamos a pensar que essa é a mulher que as nossas mães gostariam de ter como noras. Se sair um namoro, vai ser uma relação estável. Você vai buscá-la na faculdade, vocês vão ao cinema, num barzinho, vai ter sexo toda a semana... Tudo básico, até virar uma rotina sem graça...

Você vai olhar os caras bem vestidos e bem humorados indo pra noite arrasar com a mulherada e vai morrer de inveja. Vai sentir falta de dar aquelas cantadas infalíveis na noite, falta de dar umas olhadas pra uma gata, ou de dar aquela dançadinha mais provocativa na pista... Você pensa: Acho que não estou pronto pra isso, pra me enclausurar pro resto da vida nesse namoro.

E a boa menina se transforma numa mala, e aos poucos vai surgindo um nojo dela, uma aversão. Quando tu vê o nome dela no celular, não dá vontade de atender... JÁ ERA. Daí aquela promessa de vida estável vai por água abaixo, se a menina não se dá conta, a gente começa a ser grosso, muito grosso. E a pobre menina pensa: O que eu fiz?? Coitada, ela não fez nada, a culpa é nossa mesmo...

Aí, a gente volta pra nossa vidinha, que a gente odiava até semanas atrás. A gente não vê a hora de sair e arrasar na noite... Grande ilusão. Você chega em casa depois da balada, sozinho e fica tentando descobrir porque você não está satisfeito. De repente foi porque a menina da night, a linda, gostosa, misteriosa, ficou contigo, passou a mão, rolou algo mais, mas nem sequer pediu o número do teu telefone. FRUSTRAÇÃO.

Daí, por mais que você não queira você pensa na sua menina boazinha que você deixou pra trás... Enquanto isso, a boa menina, chateada, lesada, custa a entender o que ela fez pra ter te afastado dela... Daí essa dúvida vira angústia, que vira raiva. Aí a menina manda tudo a p$?#..que pariu... Não quer mais saber de nada, só de sair beijando muito cara. Resolve não se envolver mais, pra não sair lesada, chutada ou chateada... Muito bem, acabamos de criar uma monstra...

O tempo passa e a gente continua na mesma... Volta a reclamar da vida e das mulheres. Elas só querem as coisas com homens cachorros e não estão nem aí pra nós... Elas são assim por culpa nossa. A mulher vulcão da night de hoje, era a boa menina de outro homem ontem... e assim sucessivamente...

Provavelmente, essa nossa ex-boa menina, deve estar enlouquecendo a cabeça de outro homem por aí... E eu a perdi para sempre, ela virou uma mulher enlouquecedora e a encontrei na balada e nem olhou para mim.

Ass: ex-namorado arrependido.

19 de abril de 2004

Penso logo desisto

Você já saiu do cinema com vontade comentar algo relevante que você sacou sobre o filme? Algo além do óbvio. Ou alguma idéia que você teve com base na sua experiência de assistir ao filme. Já aconteceu algo assim com você?

Se você acha que não, ou não entende o que estou falando, tenha calma, isso é normal. Agente não está acostumado a fazer uso dos filmes dessa forma. Muitos especialistas no assunto, ou "críticos profissionais", têm sempre algo pra falar sobre o filme. A maior parte das pessoas sabe dizer se gostou ou não do filme. Mas não é sobre nenhum desses casos que eu estou me referindo.

Talvez seja algo próximo ao trabalho dos críticos, porém como eu falei é um trabalho, algo feito de forma profissional. Existem regras para os críticos, tais como: os críticos não podem entregar os finais dos filmes, tão pouco seus segredos. E é sobre o que está por trás dos filmes que eu quero falar. O ponto é: senso crítico está relacionado com o que eu pretendo expor. E o senso crítico é sempre bom quando vem acompanhado de uma capacidade inerente às pessoas (porém pouco usada): a capacidade de pensar.

Sabe aquela frase "Penso logo existo"? Acho que há muito tempo ela já foi trocada na mente das pessoas por uma frase bem mais "atual". Pensar é coisa do passado. E a propaganda já deixou isso claro pra todo mundo. A versão atual da frase que define a existência humana é: "Consumo logo existo".

O próprio cinema que eu peguei como exemplo muitas vezes é apenas mais uma arma da propaganda. Porém eu citei o cinema por achar que ele está no meio do caminho entre a alienação completa (no caso a TV se aproxima mais desse extremo) e a arte "pura" (talvez os livros estejam mais próximos).

A necessidade de consumo é inserida no ser humano das formas mais eficientes. E sendo a imagem tudo em um mundo de aparências, então que venham os vendedores de imagens e suas novelas cheias de comerciais explícitos e implícitos. Ditando não só moda, mas como também modo de vida. Vendendo o supérfluo enquanto o essencial é deixado de lado pela passividade com que as pessoas lidam com o mundo ao seu redor.

Não interprete errado a última frase. Quando falo em passividade não quero contradizer meus posts que citam a violência do ser humano. Não estou dizendo que somos pacíficos e sim que somos passivos. Deixamos que os outros pensem por nós. É mais fácil. Deixamos que nos digam o que fazer, pois estamos perdidos, Vencidos.

E onde está a capacidade de pensar, criar, fazer diferente???

14 de abril de 2004

Devaneios de uma mente ansiosa...

E se o tempo passasse só pra você? Se enquanto você está sentado lendo esse texto as outras pessoas estivessem paralisadas, esperando uma ação sua para que houvesse uma reação. Enquanto sua concentração estivesse em uma determinada ação, o resto do mundo parece não existir. Se uma árvore cai na floresta e ninguém está por perto para ouvir o barulho, ela realmente faz barulho ao cair? Ou cai silenciosamente.

E se o torpor tomasse conta de você e você não fosse capaz de agir. Ficando quieto em silêncio, esperando. Quando essa espera terminasse e você saísse de encontro ao mundo, esse mundo seria o mesmo que você deixou pra trás?

Acho que é tudo uma questão de percepção. A minha realidade é diferente da sua. Sendo que a realidade é a forma com que eu percebo o mundo. É certo que temos algumas coisas em comum, mas na essência devemos ser diferentes, pois mesmo se você experimentasse o mundo ao meu lado, passando por tudo que passei, mesmo assim talvez você percebesse detalhes que me escaparam. Detalhes que fazem a diferença.

O tempo passa

Não tinha reparado que fazia quase duas semanas que eu não postava nada. Até tinha esquecido como era escrever algo aqui no blog. Andei visitando Fóruns, lendo blogs de amigos e esqueci de fazer a minha lição de casa. Pensei em deixar de escrever pois não tinha nada para falar. Mas foi só entrar aqui e o próximo post surgiu na minha cabeça.

1 de abril de 2004

Um post, duas idéias

Como diz a música dos Smiths, “shyness is nice and shyness can stop you from doing all the things in live you’d like to”. Sou tímido ao ponto de manter um blog onde escrevo palavras que gostaria de ter dito a pessoas queridas, mas que foram mantidas dentro de mim.

É mais fácil. Essa é a resposta se a pergunta for: por que um blog? E se ao invés de manter um blog eu gastasse meu tempo tentando cultivar amizades? É uma boa idéia, e eu costumo segui-la. Não sou tão tímido com os meus amigos. Normalmente eu consigo consertar as besteiras que eu digo pra eles. Mas não sou muito habilidoso quando eu não conheço direito a pessoa.

Me arrependo do que digo em frases incertas. Às vezes sou cínico (acho que essa é minha pior característica). Pois se eu tento ser direto, o medo me ataca. Mas ninguém pode me culpar se até o Criador escreve certo por linhas tortas...rs. Por que eu que fui feito a sua imagem deveria ser direto? Deixa eu seguir meus caminhos tortos. Às vezes dá certo.

Quando você abre os olhos, pequenas características como a timidez, deixam de fazer sentido. Não importa se eu sou tímido ou não, contanto que isso não me impeça de viver. Muita coisa fica pequena se você pensa na possibilidade de não viver o dia seguinte.


Passando de canais enquanto assistia TV hoje eu me deparei com duas cenas que deixaram de lado a minha idéia de escrever um post só sobre timidez. Primeiro um assalto a um posto de gasolina. Os assaltantes desceram do carro, anunciaram o assalto e em seguida se ouve os tiros. Acertaram o dono do posto. O jornal informou que não era a primeira vez que isso acontecia em um posto na Zona Norte de São Paulo. Algum tempo atrás um motoboy foi morto a tiros no mesmo posto após reagir a um assalto.

Já um pouco chocado com essa notícia – que alguns acham até banal por assistirem essa cena na TV diariamente e não darem atenção ao fato de que uma vida humana foi desperdiçada podendo ser a sua, eu assisto a outra cena brutal.

Um jovem está parado de bicicleta na frente do prédio. Um carro se aproxima e de dentro do carro sai um monstro com sua arma. Ele dispara oito tiros no rapaz da bicicleta. Antes dos tiros saírem da arma o rapaz da bicicleta percebeu o que ia acontecer e tentou escapar do seu destino cruel. Sem chance. O assassino atirou à queima-roupa. Sem dó. Com uma frieza indescritível.

Uma câmera filmou tudo. O jovem se arrastando após ser alvejado. Seu corpo só foi encontrado na manhã seguinte. O motivo: um briga de boate na noite anterior. Graças à câmera o assassino está preso.

Meses depois do ocorrido ele foi encontrado. Havia fugido para Brasília (um ótimo refúgio). Mas resolveu passar o carnaval no Rio... O que será que se passa na mente de um sujeito como esse?


O título do post poderia ter sido "A vida nem sempre é bela".